Seleção brasileira : mais do mesmo

   Com o anúncio do ex-zagueiro Dunga como novo técnico da seleção brasileira, abre-se a discussão sobre os novos rumos que o futebol brasileiro teria que tomar agora, mas o que se observa é mais do mesmo. Um técnico sem fundamentos, sem estudo e aperfeiçoamento acerca do que o futebol mundial apresenta de moderno tatica e tecnicamente.

   Dunga comandou a seleção de 2006 a 2010 e venceu tudo, á exceção da copa do mundo. Houve um contraste com futebol ora bem apresentado, ora ruim e o futebol pragmático ao extremo sem inovações e adaptações provou o quão despreparado era à época, o treinador. E ele retorna após o fiasco do mundial do Brasil com a missão de reerguer o futebol canarinho. Como?

   A equipe do novo comandante da seleção será formada com outros tetracampeões, bons jogadores, mas já com polêmicas como o treinador ter intermediado negócios de jovens jogadores e o coordenador da seleção, Gilmar Rinaldi, ter sido até poucos dias atrás empresário de diversos jogadores. São fatos notórios e no mínimo passíveis de discussão.

   Então, a tão sonhada reestruturação do futebol brasileiro e da seleção limitou-se a um treinador sem nada de novo para oferecer junto com  uma equipe duvidosa, muitas perguntas em aberto e um grande ponto de interrogação para os próximos anos.

Brasileirão em foco

   Com o Campeonato Brasileiro de volta, os holofotes voltam-se para a disputa entre os 20 clubes da série A. E nesta série não tem pra ninguém : o Cruzeiro é líder absoluto com um time muito bem engrenado por Marcelo Oliveira e com um banco de respeito e muito útil, possuindo ainda  o melhor ataque e o artilheiro da competição e busca com muita força o bicampeonato(2013/2014). Na segunda posição vem o Corinthians, comandado por Mano Menezes, que possui um bom elenco e promete lutar pelo penta esse ano. Outros times que se candidatam ao título são Fluminense, Internacional e São Paulo.

   Já o rebaixamento é um capítulo a parte. Vários times lutam contra a zona da degola e o eventual descenso. Entre esses clubes, encontra-se o Flamengo. Sim, mais uma vez o time carioca sofre com elenco fraco e troca de treinadores na parte inferior da tabela. Agora quem está no comando do time é um velho conhecido dos flamenguistas : Vanderlei Luxemburgo. Resta saber se ele será capaz de livrar o time do risco de rebaixamento. Figueirense, Bahia, Vitória, Criciúma e Coritiba são outros times que correm riscos de disputar a série B em 2015.

   O Palmeiras recheou o elenco com jogadores uruguaios e argentinos, incluindo o ex-treinador do Vélez Sarsfield, Ricardo Gareca, e tenta conquistar algo com a inclusão de vários jogadores sul-americanos. O resultado porém, não foi nada satisfatório até o momento.

   Faltam 26 rodadas ainda e muito para acontecer. Brigas por vagas na Libertadores, Sulamericana , título e luta contra o rebaixamento não faltarão. Que venham os novos capítulos.

O mundo é preto, vermelho e dourado!

   O mundo é preto, vermelho e dourado! A Alemanha conquistou uma copa do mundo após 24 anos : o tão sonhado tetracampeonato. A final no domingo,13,  no Maracanã não poderia ser mais dramática e tensa. Após 90 minutos de muita marcação, bola na trave de Howedes e chances claríssimas de Higuaín e Messi, e 0 a 0, o segundo tempo da prorrogação proporcionou aos alemães e amantes do futebol um desfecho épico : Mario Gotze, aos 113 minutos jogados recebe de Schurrle, mata a bola com classe e tira do goleiro Romero. Gol do tetra!

   A Argentina havia feito uma boa campanha na copa, com 5 vitórias apertadas e um empate, enquanto os teutônicos tinham a mesma campanha mas com vitórias mais largas, com direito a goleadas sobre Portugal e Brasil ,enfrentando dois campeões do mundo até então e jogando um futebol moderno, dinâmico, tático, técnico e com linhas compactadas incluindo a utilização de um quase "goleiro-linha".  Mas a Argentina não vendeu fácil a derrota. O jogo foi duríssimo e os hermanos tiveram 3 chances incríveis de abrir o marcador e não obtiveram êxito. Pior para eles. A Alemanha com desfalque de Khedira tocou, tocou, esperou a hora para consagrar o "Judas" Gotze e fazer estremecer os mais de 74 mil corações do Maracanã e de milhões mundo afora.

   A seleção sul-americana  provou um veneno parecido com o que sofreu a Alemanha, então anfitriã, em 4 de julho de  2006, em Dortmund : quando Itália e Alemanha já se preparavam para os penaltis na semi-final, a Itália marca aos 118 minutos de jogo. No lance seguinte, em um contra-ataque italiano, o sonho alemão é enterrado em definitivo. Dois a zero para a Azzurra e vaga na grande final. Naquela ocasião, o coração alemão sangrou pelos gols terem saído no apagar das luzes do Westfalenstadion. Algo parecido ocorreu com a seleção de Messi neste domingo.

   A Copa do Mundo está em excelentes mãos. O futebol mais vistoso e bem jogado é merecedor do título e a Alemanha enfim, pode comemorar e muito o gosto de um campeonato mundial após esperar tantos anos. Nos próximos 4 anos, pelo menos, o mundo tem dono e ele atende pelo nome de Alemanha.

O reino perdeu o encanto

   Era uma vez um reino encantado na América do Sul em que o futebol era absoluto, imponente e o maior de todos os outros reinos. Todos viviam felizes como se assim fossem ficar para sempre. Mas eis que um reino milhas e milhas distante vem no reino encantado e tira a magia de forma impiedosa, implacável e cruel. A humilhação, tragédia, surra,atropelo, vexame, noite negra foi a mais dolorosa de todos os tempos. O reino jamais será o mesmo a partir disso. Não tem como ser o mesmo.

   Belo Horizonte, 8 de julho de 2014, 17 horas. As muralhas do reino começam a ser derrubadas. Muller, Khedira, Klose, Kroos(2) e Schurrle(2) foram os protagonistas, os vilões da batalha épica e os guerreiros que massacraram os 200 milhões de corações deste reino, até momentos antes o mais arrogante e prepotente "dono do mundo". Só na imaginação e na fantasia. O defunto foi enterrado. O 7x1 foi implacável, impressionante, deslumbrante e assombrou todo o planeta. O domínio então só ratificou o largo placar, inédito em uma semi final de copa do mundo. Miroslav Klose em pleno solo brasileiro ultrapassa um dos príncipes do reino do Brasil, Ronaldo, e se torna o maior goleador da história das copas do mundo. Todos os adjetivos hoje são válidos e assim o serão por muitos anos, décadas para definir o descalabro da noite épica no Estádio do Mineirão.Se "uma mão brasileira já está na taça",como afirmou o assistente técnico do Brasil , resta saber qual mão. O hexa era uma obsessão e virou piada, humilhação para um treinador obsoleto e ultrapassado e para um grupo de jogadores que fez o que pôde, mas as limitações táticas e técnicas ficaram evidentes.

    O futebol, absurdamente injusto, ontem proporcionou uma ponta de justiça : a Alemanha , depois de perder a final de 2002 para o mesmo Brasil, semi de 2006 para a Itália e de 2010 para a Espanha, merecia esta final assim como merece o título e o tetracampeonato mundial. Domingo, o Maracanã vai apresentar o novo campeão do mundo, e os bravos alemães irão empunhar suas espadas afim de vencer mais uma batalha : a mais esperada desde 1990.

   E no reino não mais encantado, resta juntar os cacos , tentar reerguer suas muralhas , castelo , fazendas , estábulos e casas catapultadas e ter humildade de admitir a derrota vergonhosa(a maior da história) e quantos aos cidadãos deste reino, resta a tarefa de trabalhar duro e firme para que em um futuro não muito distante, possam tentar viver felizes. Não para sempre.